– Preciso ir.
– Eu te levo!
– Moro longe, vou “andando”.
-Mas, e a cadeira?
– Ela tem rodas. Tenho braços fortes!
Subi a rua devagar. Ainda sentia seu cheiro que estava colado na minha camisa. Os carros passam muito rápido. Alguns buzinam. Alguns sentem pena.
Também sinto pena!
De quem é frio, do desprezo, da falta de amor um com o outro. Do egoísmo. Da conjugação do verbo, Eu posso, Eu tenho, Eu sou. Da negação, EU não posso, EU não tenho, EU não sou. Sinto pena do que as pessoas se tornam.
A camisa está suada. A rampa é íngreme. Ainda sinto seu cheiro.
No bolso da camisa o celular vibra. Uma mensagem de texto. Apenas leio.
“ainda te amo. Boa noite!”
Inconsciente dou risada. Sei que é ironia.
Sinto pena!
Jr.